Não importa o tamanho de seu esforço. Ela encolhia seu corpo, juntava os joelhos ao peito, abaixava a cabeça. Seu tempo de menina passara. Achatava seu corpo com esperança de que a existência se convencesse de que ainda era cedo. Era cedo e ela ainda podia sonhar. Sonhar com a boca aberta diante de vitrine de luzes coloridas. Cedo para olhar para a janela e imaginar as aventuras que o futuro reservava.
Chorou ao ter certeza que já era tarde. Chorou ao perceber que suas pernas eram longas demais e já não cabiam em sua cama. Que suas mãos eram grandes demais para a boneca que dormia todos os dias junto ao rosto. Que o gosto na boca não era mais o do leite morno.
(Em busca de sonhos cor-de-rosa)
[Maldita sensibilidade]
Um comentário:
Talvez a vida seja mesmo isso: um grande sistema de trocas.
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