terça-feira, 3 de abril de 2007

Ainda é tempo de sonhar?

Não importa o tamanho de seu esforço. Ela encolhia seu corpo, juntava os joelhos ao peito, abaixava a cabeça. Seu tempo de menina passara. Achatava seu corpo com esperança de que a existência se convencesse de que ainda era cedo. Era cedo e ela ainda podia sonhar. Sonhar com a boca aberta diante de vitrine de luzes coloridas. Cedo para olhar para a janela e imaginar as aventuras que o futuro reservava.
Chorou ao ter certeza que já era tarde. Chorou ao perceber que suas pernas eram longas demais e já não cabiam em sua cama. Que suas mãos eram grandes demais para a boneca que dormia todos os dias junto ao rosto. Que o gosto na boca não era mais o do leite morno.

(Em busca de sonhos cor-de-rosa)



[Maldita sensibilidade]

Um comentário:

Cadeira. disse...

Talvez a vida seja mesmo isso: um grande sistema de trocas.