Nada cala mais um escritor do que não saber nomear o que
está sentindo. Sobre amor é fácil. Sobre desamor, ainda mais fácil.
Mas e quando não se sabe nada sobre o que está dentro da
gente? E quando tudo o que você experimenta são sensações de algo sem
nome? Algo que ninguém entenderia?
É uma falta de sentir falta, uma carência independente, uma
tristeza que dança pop embaixo do chuveiro. É uma saudade que já sente falta do
que ainda se vive. Uma vontade de voltar pra onde sabe-se que não há mais
encaixe.
Não saber nomear a vida é quase que augustiante. Não saber a
peça que falta ou, quem sabe, a que sobra é paralisia. É esquecer a
criatividade em casa e não voltar para alimentá-la a tempo.
É ver-se secar de
dentro pra fora.
Esperar por um sentimento que tenha nome pode doer.
Ninguém nunca havia me dito que esperar dói.
2 comentários:
estava a tempos esperando uma nova postagem . está perfeito.
esperar dói. esperar a Natane dói MUITO.
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