domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sem-nome


Nada cala mais um escritor do que não saber nomear o que está sentindo. Sobre amor é fácil. Sobre desamor, ainda mais fácil.

Mas e quando não se sabe nada sobre o que está dentro da gente? E quando tudo o que você experimenta são sensações de algo sem nome? Algo que ninguém entenderia? 

É uma falta de sentir falta, uma carência independente, uma tristeza que dança pop embaixo do chuveiro. É uma saudade que já sente falta do que ainda se vive. Uma vontade de voltar pra onde sabe-se que não há mais encaixe. 

Não saber nomear a vida é quase que augustiante. Não saber a peça que falta ou, quem sabe, a que sobra é paralisia. É esquecer a criatividade em casa e não voltar para alimentá-la a tempo.
É ver-se secar de dentro pra fora.

Esperar por um sentimento que tenha nome pode doer. 
Ninguém nunca havia me dito que esperar dói. 

2 comentários:

M.E.Lopes disse...

estava a tempos esperando uma nova postagem . está perfeito.

Helo disse...

esperar dói. esperar a Natane dói MUITO.