sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Toca minha vida, vai

Ei, você. Olha aqui pra dentro um pouco.
Percebe que minha falta de fome não é regime forçado, que minha euforia não é verdadeira. Deixa isso de lado e não se afasta de mim. Pergunta do meu dia, da minha nova mania, deixa eu te contar que parei de estalar os dedos.
Esquece seu mundo e pergunta sobre meu sono, pergunta o que eu farei com 63 anos. E deixa eu te contar de amores e da torta que aprendi a fazer.
Esquece seu mundo hoje e diz que morre de saudades. Diz de novo. Deixa eu contar da cidade que criei pra nós e da sua cadeira no canto. E da cena de nós dois, deitados na cama branca, os olhos no teto branco.
Deixa suas horas pra lá e escuta os diálogos, palavra por palavra que escrevi e vi como real. Aconteceu, eu juro.
Projetei um você aqui dentro e, assim, evitei a morte.

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