segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Eu crio romances inexistentes.

Diante de um universo de possibilidades, múltiplas probabilidades assombram as expectativas dia a dia. Respiro e vejo-me imaginando algo que ainda não sei para, segundos mais tarde, constatar que era algo para se imaginar. Algo que jamais saiu do plano imaginativo e, sim, apenas caminhou alguns passos em direção a ele. Em uma cabeça um tanto oca, como a minha. Só e tão somente.

Não tenho tempo de sobra, mas insisto em criar tais probabilidades que não são. Que venham todas para mim. E, segundos depois, que inocência tardia é essa?

Jogo em quatro cantos a lenda do amor perdido. Daquele que nunca saiu das páginas ou da tela sobre tela do cinema empoeirado. Grito, aponto a ponta do dedo e nada mais. E, segundos mais tarde, pasmem, estou eu criando expectativas! Convenhamos, amigos. É ou não é ato este digno de análise psiquiátrica?

Ouvi dizer, dia qualquer destes últimos, que coisa de 90% dos casos psicológicos/psiquiátricos/psicocriados são, pausa-suspense, problemas de relacionamento. Em que momento desaprendemos a olhar para o lado-dar as mãos-simular beijos eternos-levar ao altar? Casos e tantas fotos comportamentais alheias depois, procuro saber o que torna tudo tão simples para uns e tão complicado para outros – justamente os que param em cadeiras desconfortáveis e liberam meio-salários para quem os ouve semanalmente. Culpa dos pais? Culpa da sociedade e sua fábrica de modelos? Incompetência crônica?
Quem vai segurar meus traumas dessa vez?

2 comentários:

Cecília Floresta disse...

eu
que também significa
que eu não sei de nada sobre [...]
&
tanto faz do sul, como do norte

(criamos, assim, adaptações sem jeito pras questões mais existenciais que de vivência. Sinto dizer, mas a explicação não escapa de nossa inteligência, de nossos sentidos (terceiros, segundos, sextos): a explicação pra tudo isso aí (aqui) simplesmente não existe)

viva e deixe viver,
amando e dando vexame

ouça esse conselho
que lhe dou de graça
é inútil dormir que

(sorriso-sarcasmo: Sartre me pegou.)

Fernando AlBukowski disse...

"Culpa da sociedade e sua fábrica de modelos"

gosto dessa teoria.

se bem que os pais... ah, Hamlet.