domingo, 10 de janeiro de 2010

Pelas ruas, calçada de concreto, pensamentos pesam como tal.


Ideias mal formuladas, desejos ansiosos pela oportunidade certa, pelo bonde que, se passar, dificilmente voltará a raspar-lhe os ombros.

Formas geométricas espalhadas pelo caminho, faces finitas. Nada arredondado aparece com o andar dos dias e isso torna-se preocupante.

Faces finitas espalham-se, dia após dia, e o concreto cada vez mais firme. Ela, que sente o êxtase de responder, apenas pergunta. Questiona, dia após dia. E da dor, todos sabemos, poucas respostas são dadas.

Os passos pelo concreto são constantes, não firmes como o passado, mas constantes. O peso é diferente, o destino foi reavaliado. Os objetivos tomaram nova forma. Nada como era antes, nada apaziguador. Ao contrário do que se pensa, mudar pode tranquilizar. Mas de paz, resta somente o primeiro segundo.

Difícil mesmo é responder à vida, responder ao que parece não ter fim. Lamentos e uma sensação de que nada tem fim, exceto as faces das formas geométricas que se espalham pelo caminho. São faces finitas infinitamente dispostas, como que para impedir que ela escape do que é imposto pelas consequências do que passou.

Toda rebeldia tem punição.

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