quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A ignorância é uma benção

Entra dia, sai dia e, em minhas descompassadas observações, uno peça a peça e me convenço de que saber não combina com viver. Sobreviver, talvez, mas viver não comporta densidade. Complexidade de pensamentos, ideias, palavras. As linhas fazem algum sentido, não para todos. Filosofias, buscas, ações forçadas para que se tenha um tanto de paz, tanto este mergulhado em segundos de ignorância.
Hoje, busco eventos acéfalos, que bombeiem hormônios em meu sangue. Entender já não é o objetivo, não há entendimento. Percorrer este caminho é embolar-se numa teia sem volta, onde tudo parece infinito, e só cresce.
Procuro deixar de ofegar em madrugadas intermináveis. Encolher-me e fechar os olhos, ansiosamente, na expectativa de que, com o raiar do dia, a falta de memória será útil. Utilíssima, diria, já que, sem ela, seria impossível abrir as janelas.
Vou promover uma fuga em massa de pensamentos. Serão libertados, um a um, e sairão correndo pelos corredores, esbarrando nas paredes, tropeçando na sujeira.
E haja sujeira.

2 comentários:

Santiago Bernardes disse...

Que os lençóis do amanhecer tragam-nos novas cores sobre as dúvidas acumuladas de ontem...

Profundos pensamentos, abraço.

Lorenzo Tozzi Evola disse...

na rebelião dos seu pensamentos, qual a exigência para a libertação, um pouco menos de raciocínio? um beijo!