De tela em tela, movimentos, dois quartos quase vazios. Há algo na madrugada urbana.
Algo que privilegia o ímpeto de torná-la surpreendentemente deliciosa e insone.
Entre farpas de mentes sarcásticas, a calmaria dá lugar a uma inquietude terna, espessa.
Gestos cuidadosos marcam a desejo de parecer-se maior.
Mas, não. Na madrugada nua de dois quartos quase vazios, o que é, é.
Despeço-me de reações mascaradas, de letras bem cuidadas. Atitudes nuas. O que é, é.
E assim, um momento é o par de outro, sucessivamente, num sem-número de perspectivas.
De tela em tela, sorrisos esboçados permanecem escondidos sob a potência daquele som.
Acordes despretensiosos, mas cheios. Completos.
...
4 comentários:
Nossa, Nat. Que ótimo...
eu não conhecia.
depois lerei os anteriores...
beijos!
Boas tardes, Natane!
Dei de mergulhar na pauta branca de sua janela assim: sem pressa, mas com aquela alegria acesa que a gente encontra quando avista um porto bom pra provocar os olhos. Senti um gosto de fruta que falta na mesa ao chegar-me aqui.
Sobre (as tuas) entrelinhas:
Repara só, nelas mora uma matemática quase inata que cheira letra em alquimia: Dois quartos vazios são iguais a uma metade incompleta. A outra atudo observa, escreve e - ATÉ - se afirma plena. Mas nega. No sem-número aguça o impulso, ainda inteiro e em perspectivas avessas; tateia a madrugada sozinha e pede uma segunda dose daquele "meio" vazio e primeiro! Grande beijo!
Sou um Cel visitante, parceiro de ares próximos aos de uma Cadeira amiga sua! rs
Delícia! Li e reli. Das entrelinhas abro mão, que não me pertencem. :)
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