sábado, 3 de novembro de 2007

Ego City

Olhei mais uma vez para o espelho. A idéia acendeu como nos filmes que assistia quando criança. E não, não foi a lâmpada queimada que renasceu. Idéias começaram a sobrevoar o mesmo ar que meu corpo físico tanto necessita. Rodaram, voaram e povoaram minutos que pareceram horas. De repente, pensamentos soltos foram conectados em uma mesma idéia. Nada muito brilhante, mas, para uma mente mediana como a minha, incrivelmente excitante.
Tentei calcular o número de vezes que parei frente a um espelho durante as últimas horas. Tentei recordar o número de pontos que rejeitei em um reflexo. Incontáveis pontos. E imaginei-me como um objeto. Um objeto com o mesmo peso, o mesmo formato, a cada dia igual. Apenas envelhecendo em um canto qualquer, até ser desprezado em um depósito de lixo, ser lambido por chamas ou corroído pelo tempo. Destino aceitável para quem obteve tanta paz do universo. Apenas cumpriu seu papel. Em paz.

O mundo é movido pelo ego. De nada serve a física. Cada passo possui um único objetivo: o ego.

Um comentário:

Cecília Floresta disse...

O ser humano é puramente movido pelo ego. Sem ego, não haveria humanidade.

Ah, a essência parca de que é constituído o ser humano!

Porra, ainda bem que sou uma Cadeira.