segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Obrigada por fumar

Tenho uma vontade desesperada agora. Daquelas que aparecem de ano em ano.
Meu corpo não se basta. Eu não me basto.
A vontade desesperada era fumar você, uma fumaça que me viciou. Passei anos longe da fumaça tóxica e você trouxe o vício tão fácil...
Sem querer – talvez querendo, querendo muito -, você trouxe a fumaça pro meu sangue que corre e alimenta as células. As células, que, hoje, só crescem bebendo a maldita fumaça. Maldito seja.
Você trouxe o veneno. Agora meu sangue pressiona as veias e ameaça romper a pele em troca de mais fumaça. Pede a maldita fumaça, dia após dia.
Era isso que você queria? Tudo não passou de um teste para medir a potência do seu veneno.
Veneno maldito que me viciou. Veneno que me faz desejar sua fumaça todas as noites (à noite o vício sempre parece maior).
Sou fraca demais para abandonar um vício. Você deveria saber.

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