quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Capital - ismo.

E quando você pensa que a podridão já está demasiadamente mal-cheirosa, algo ainda maior aparece diante de seus olhos.
O chamado “mundo corporativo” é desprezível. Como todos caminham pelas ruas, sorrisos abertos, enquanto sugam cada minuto de ínfima hora de almoço?
Como pode alguém sorrir sabendo que trocará a brisa suave pelos quadrados brancos, máquinas pensantes, cérebros retrógrados?
Tal discurso não é novidade para ninguém.
Mas hoje tive vontade de gritar. De gritar explicar a cada ouvido atento o quanto essa merda toda desumaniza, o quanto a rotina atrofia a imaginação, a cor da existência.
Hoje tive vontade de gritar. Explicar onde está o futuro, por onde caminham as soluções para dias mais reais, menos mecânicos.
Deixei-me sugar pelo sistema. Arrependo-me não pelo fato, inevitável, mas por não ter resistido, pela não-ação enquanto a lama me sufocava.

Hoje tive vontade de gritar, mas engoli a saliva amarga.
Por enquanto.