sexta-feira, 26 de março de 2010

Um café com nós dois.

Surpreendentemente, hoje, eu leio seus olhos. E ler-se é raro.
O toque não é pele. Hoje, toco o que há por dentro.
Há algo de puro nos seus olhos.
Os meus, que já assistiram tanto (e que, agora, pouco veem), ao pousarem sobre os seus, deixam de apenas enxergar. E veem.
O toque deixa de ser toque. Há algo de puro, há algo familiar.
O toque deixa de ser um simples toque. É como um toque por dentro.
Hoje, seus olhos controlam meu humor. Li seus olhos e, como recompensa, tornei-me moldada a eles. A partir do dia em que li seus olhos, viciei-me.
Quero a pureza dos seus olhos em minhas veias. A peço. A roubo. A compro. Apenas dê-me um pouco dos seus olhos sobre os meus.
Hoje, só desejo roer o que te afasta, o que afasta meu vício. Ler-te.
Ler-te é minha rotina. Meu vício.
Ler-te é suspirar sem querer. É minha angústia.
Aos seus olhos, dou-me por dentro. À sua pureza, entrego minhas pálpebras, dois ou três cílios e todo desejo de ler-te mais um dia.

3 comentários:

Nanda disse...

E ler e ler e sempre ler.. vício que não cansa aos olhos.

amei aqui.

Anônimo disse...

Está lin-do esse fundo! Mt do gostoso.

Heloise.

Anônimo disse...

ótimo. faz tempo que nao me sinto assim...